domingo, 23 de outubro de 2011

Contributos para o entendimento do E-learning II

Techonology sets the beat and creates the music, while the pedagogy defines the moves.”

Anderson, 2009
Para inúmeros autores, como é o caso de Garrison (1985) e Nipper (1989), a Educação à Distância (EaD como hoje é amplamente conhecida), conheceu diferentes fases ao longo da História. Anderson e Dron (2011), referem na International Review of Research in Open and Distance Learning a este propósito e referindo os autores que, são três as gerações pelas quais foi emergindo o EaD. Assim, na sua opinião, a primeira geração corresponde à comunicação por correspondência postal. A geração que se lhe seguiu foi a comunicação através dos meios de comunicação de massas (televisão, rádio, cinema). Uma terceira e última geração que introduz as tecnologias interativas (áudio, texto, vídeo, web) e que hoje são potenciadas com a introdução de novos conteúdos e ferramentas para os utiliadores.

Simultanemente os autores do estudo Three Generations of Distance Education Pedagogy, fazem uma abordagem de três gerações diferentes ao nível da pedagogia e clarificam a ideia de que as três gerações coexistem na atualidade sem que cada uma delas tenha anulado por completo a anterior.

PEDAGOGIA COGNITIVA E BEHAVIORISTA
Watson, Thordike e Skinner são o rosto evidente da Pedagogia Cognitiva e Behaviorista que coloca o centro da aprendizagem no individuo salientando na aprendizagem e no processo de ensino e que podemos resumir no esquema apresentado a seguir:
                                        
Este processo era, portanto, um processo de aprendizagem individual em que prevalecia o isolamento e em que era inexistente o contacto social, característica noutra fase seguinte. Embora permitisse maior liberdade por parte do aluno, o papel do professor era também limitado na medida em que apenas poderia utilizar a mensagem escrita. No entanto, rapidamente se começaram a observar as limitações deste modelo, uma vez que cada um de nós não está sozinho, transporta consigo aprendizagens, valores e conhecimentos que lhe dão identidade, mas ao mesmo tempo, o tornam pertença de uma comunidade.

PEDAGOGIA SOCIAL CONSTRUTIVISTA

Vygotsky e Dewey foram os principais impulsionadores desta pedagogia. O professor é o mediador de uma aprendizagem que se pretende construída pelo aprendente. Ele é o guia do processo que é desenvolvido pelo aluno. Em paralelo esta pedagogia foi reforçada pelo alargamento da tecnologia e expansão da Web. No entanto, ao contrário do modelo anterior, a interação social é uma caraterística que o define. Esta opinião é corroborada por Kanuka e Anderson (1999).

PEDAGOGIA CONECTIVISTA
Siemens e Downes definiram esta terceira pedagogia como “learning is the process of building networks of information, contacts, and resources that are aplied to real problems.”
É por isso que se considera que o papel do aprendente (learner) é o de memorizar ou compreender tudo, mas ter a capacidade de procurar e aplicar conhecimento quando for necessário. Em sentido mais amplo podemos afirmar que para estes autores e seguidores, o conhecimento e aprendizagem emergem pela construção e manutenção das ligações em rede.

Segundo Anderson e Dron os conceitos de tecnologia e pedagogia estão interligados. Analisam as três teorias de acordo com três contextos: Presença cognitiva, Presença social e Presença de ensino.

No entanto, Siemens acrescenta ainda que estas pedagogias se desenvolveram quando as tecnologias não estavam ainda desenvolvidas. É por isso que Siemens entende ainda que a forma como entendemos o conhecimento varia ao longo dos tempos e de acordo com cada uma das pedagogias anteriormente apresentadas. Ao contrário dos behavioristas e dos cognitivistas, os construtivistas entendem que o aprendente constrói o seu próprio conhecimento e ao contrário do anteriores, perseguem a sua aprendizagem.
Siemens sugere ainda uma teoria de alternativa (conectivista) capaz de agregar conhecimento e tecnologia. Esta última, emergente na era digital, é capaz de libertar o aprendente para uma aprendizagem criativa e que se desenvolve ao longo da vida.
A complementar esta informação, Mayes and de Freitas (2004), citados por Conole, agruparam as teorias de aprendizagem em três grupos: associativa, cognitiva e situativa. 
Na minha opinião o e-learning, atualmente pode e deve ser conciliador das teorias apresentadas pelos diferentes autores. É igualmente consensual que um paradigma comum percorre qualquer uma das teorias e os intervenientes são comuns, pese embora o papel de cada um na construção do conhecimento ser diferenciado. Certo é que, a aprendizagem é à data, sinónimo de interação social e por isso a teoria alternativa proposta por Siemens parece-me que melhor ilustra a nossa era.

Bibliografia
Anderson, Terry & Dron, Jon (2011). Three generations of distance education pedagogy. IRRODL.
http://www.irrodl.org/index.php/irrodl/article/view/890.

Anderson, Terry (2010). Three Generations of Distance Education Pedagogy. IRRODL. [Elluminate Recording, Powerpoint Presentation & MP3 Recording].
http://www.irrodl.org/index.php/irrodl/article/viewArticle/865/1551.

Connole, Grainne (2011). Review of Pedagogical Models And Their Use In Elearning.
http://www.slideshare.net/grainne/pedagogical-models-and-their-use-in-elearning-20100304.

Lévy, P. (1999). Cibercultura, Instituto Piaget.


Siemens, George (12-12-2004). Connectivism: A Learning Theory for the Digital Age. elearnspace.

http://www.elearnspace.org/Articles/connectivism.htm.

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