domingo, 30 de outubro de 2011

Reflexão crítica relativa ao papel do professor em contexto online

“What happens to traditional concepts of classrooms and teaching when we can now learn anything, anywhere, anytime?”

Will Richardson

 Na elaboração desta reflexão crítica sobre o papel do professor online tomou-se em conta a bibliografia / webgrafia sugerida pelo professor, nesta unidade curricular. A revisão de literatura foi ainda complementada com outras pesquisas conforme apresentado no final deste texto.

Teaching in an online context, Terry Anderson
“Community of inquiry” model, Garrison, Anderson and Archer (2000)

De acordo com a sugestão destes autores, a aprendizagem decorrem quando há a integração de três componentes ou “presenças” – Social, Cognitiva e Ensino (professor). A presença cognitiva aponta-nos para uma dimensão em que ocorre o conhecimento e desenvolvimento de competências que fazem despoletar o pensamento crítico. A presença social, engloba todas as referências que permitem ao indivíduo, desenvolver as competências de forma confortável e segura, capaz de dar suporte às outras dimensões em que ocorre a aprendizagem, numa perspectiva de trabalho colaborativo. À falta desta dimensão, os “aprendentes” ficam inibidos de mostrar os seus pontos de vista, de expressar discordância ou concordância sobre determinados temas ou assuntos e obter resposta dos pares e professores. Por último, a presença do professor que neste contexto assume um papel diferenciado do que desempenha na educação formal.

Estes autores salientam ainda o papel que o professor assume neste contexto de aprendizagem em regime e-learning e que a seguir podemos explicitar no esquema 1.
1. O papel do professor (adaptado de Anderson, Rourke, Archer e Garrison (2001)

De acordo com Anderson, a definição dos conteúdos que integram o curso, as atividades de aprendizagem, a definição da avaliação, o estabelecimento do contrato de aprendizagem revelam-se a primeira oportunidade para os professores para marcarem a sua presença no processo de aprendizagem.
Numa fase seguinte, embora continue a envolver o professor na sua consecução, é uma etapa que requer algum cuidado, porque, dadas as hipóteses e as ferramentas disponíveis, cumpre ao professor enquanto mediador, “get the mix right”. Quer isto dizer que a utilização das ferramentas torna-se um fator importante no desenvolvimento da ação. Por outro lado, o equílibrio entre as participações síncronas e assíncronas podem revelar-se igualmente um fator de sucesso. Neste contexto, Anderson descreve ainda que do professor / formador em elearning é esperado que promova a reflexão sobre o trabalho desenvolvido (Facilitating the discourse) e que no início do trabalho dê conta de como se irá processar a avaliação para que todos tomem conhecimento do processo e como se vai desenvolver (Assessment in online learning). É por isso que autor acrescenta que “The online teacher must be able to set and communicate the intellectual climate of the course, and model the qualities of a scholar, including sensitivity, integrity, and commitment to the unrelenting pursuit of truth.
Ainda no seguimento do que acabamos de expor, Salmon (2000) citado no texto de Anderson, descreve o papel e as funções de um “e-moderador”. Neste modelo, o papel do professor é facilitar a aprendizagem. Não “dar-lhe o peixe, mas ensiná-lo a pescar…” como se infere deste provérbio chinês tão amplamenteb utilizado e aplicado.Importa então referir as qualidades de um “e-teacher” conforme são descritas no texto de Anderson e que a seguir se resumem no esquema 2.

2. Competências do e-professor (adaptado de Terry Anderson)

Teaching & Learning in a Networked World, Alec Couros
Alec Couros refere relativamente ao papel do professor nesta nova era de exploração do potencial da internet que é importante ter em conta aspetos como “connect with others” e “create a culture of sharing”. É o mesmo que dizer que são inúmeras as potencialidades que hoje se nos apresentam no e-learning e que a forma como hoje utiizamos a tecnologia é indiscutivelmente diferente daquela como a utlizávamos há uma década atrás. É por isso que, citando Will Richardson “What happens to traditional concepts of classrooms and teaching when we can now learn anything, anywhere, anytime?”, Couros salienta esta emergência das novas tecnologias e a mobilidade que hoje apresentam. Nesta apresentação de Couros é ainda referido o Horizon Report de 2010. São hoje muitas de acordo com o documento, as escolhas e na utilização das tecnologias: “The available choices for staying connected while on the go are many — smart phones, netbooks, laptops, and a wide range of other devices access the Internet using cellular-based portable hotspots and mobilebroadband cards, in addition to wi-fi that is increasingly available wherever people congregate.”
Por isso e de acordo com alguns estudos, nos últimos anos, temos assistido a uma sobreposição de novos gadgets de acesso e transmissão de informação, como são por exemplo os telemóveis. Na sua keynote, Couros refere ainda as ferramentas mais utilizadas para estabelecer comunicação num plano mais social, mas que simultaneamente é adoptada no meio académico e profissional. (Figura 1)
The Excellent Online Instructor [Podcast] Paloff, Rena & Pratt, Keith
Neste podcast, podemos perceber a conceção de Paloff e Pratt sobre o papel do e-professor e do seu posicionamento no processo e-learning. Assim, corroborando algumas da ideias já anteriormente apresentadas pelos demais autores, o professor deve estar “presente” no sentido de alguém que acompanha a acção. Tem de ser respeitador do processo de aprendizagem e estar confortável na utilização das tecnologias, competências essas, já avançadas por Anderson.
Teaching in Social and Technological Networks.Connectivism, George Siemens
Siemens refere no seu artigos alguns dos papéis que o professor desempenha no processo de ensino-aprendizagem, conforme se observa no esquema seguinte. Assim, aponta sete características do professor relativamente ao seu papel na formação. Mais uma vez registamos a proximidade de algumas dessas características relativamente às expostas pelos outros autores. Observamos o papel mediador que perpassa em cada uma das qualidades apresentadas.
BIBLIOGRAFIA / WEBGRAFIA SUGERIDA PELA UC:
Anderson, Terry (2008). Teaching in an Online Learning Context. In Anderson, Terry (Ed), Theory and Practice of Online Learning. Athabasca University: Au Press (2ª Edição).http://www.aupress.ca/books/120146/ebook/14_Anderson_2008 Theory_and_Practice_of_Online_Learning.pdf

Couros, Alec (2010). Teaching & Learning in a Networked World. Keynote na conferência Quest 2010 [Video e Slides]. Open Thinking. http://educationaltechnology.ca/couros/1890


Paloff, Rena & Pratt, Keith (2010).
The Excellent Online Instructor [Podcast]. Online Teaching and Learning. http://www.onlineteachingandlearning.com/podcast-palloff-pratt/

Siemens, George (16-02-2010). Teaching in Social and Technological Networks.Connectivism.
http://www.connectivism.ca/?p=220

 OUTRA BIBLIOGRAFIA / WEBGRAFIA CONSULTADA:
The Horizon Report (2010). Johnson, L., Levine, A., Smith, R., & Stone, S. Austin, Texas: The New Media Consortium. www.nmc.org/pdf/2010-Horizon-Report.pdf

sábado, 29 de outubro de 2011

Twitter IV – Reflexão final… (Semana 4)

Em jeito de reflexão final, é justo dar conta, do meu percurso enquanto “twitter”, sugerindo que esse percurso de apresente seguindo uma ordem cronológica dos acontecimentos.

Comunicação a 140…
Este é o limite de caracteres disponíveis para o utilizador do twitter fazer uso das mensagens e poder comunicar em rede com outros utilizadores. Numa primeira fase, após criação da conta, definição e alteração do perfil, estamos prontos para iniciar o nosso caminho nesta rede. Embora seja uma rede mais aberta que outras redes disponíveis, como é o caso do facebook, confesso que a percepção inicial é o da desorganização entre inúmeras mensagens que são colocadas a qualquer momento, dada a mobilidade que é permitida quer aos twitters quer aos followers, uma vez que os posts colocados são sempre susceptíveis de replies (respostas).

As “hashtags
As hashtags são os nossos guias dentro do Twitter. A colocação do símbolo # antes de uma palavra (tema) confere-nos proximidade e limita quer a nossa intervenção no twitter, bem como a pesquisa posterior de posts e respostas sobre um mesmo tema.
Seguir e ser seguido…
Quando pensamos na utilização da ferramenta quer em contexto pessoal, quer académico, quer até mesmo profissional, rapidamente observamos as suas potencialidades. Podemos divulgar em tempo útil, quase que ao minuto informação sobre determinado assunto ou acontecimento, dada a mobilidade que o sistema permite. Para tal contribui, em larga escala a sua utilização por diferentes gadgets.
A utilização das redes sociais
Se quisermos estabelecer uma primeira comparação e procurar fazer sobressair o que mais distingue o Facebook e o twitter, é dizer que enquanto redes sociais, o primeiro estará mais virado para as pessoas e o segundo para os assuntos, sendo possível criar esferas de acordo com interesses comuns e sobre um mesmo assunto. Não vamos trazer para esta discussão os números quanto à utilização porque entendo que nem sempre o número de utilizadores é sinónimo de maior utilidade ou produtividade da ferramenta.
Finalmente uma última palavra de agradecimento ao professor, pelo incentivo. Na realidade, aprende-se muito mais fazendo. O segredo é mesmo depararmo-nos com as nossas dificuldades e só assim conseguiremos avançar. Foi o que procurei fazer com o Twitter. Quebrar as primeiras más impressões e utilizar a ferramenta por forma a tirar ainda um maior partido. Foi este o caminho que me foi indicado e foi igualmente esse que procurei seguir.
BIBLIOGRAFIA (disponibilizada pela UC)
Guia_do_twitter_Pmol_blog.PDF
Twitter_Guide_Make_Use_of.pdf
WEBGRAFIA
http://ptwitter.blogspot.com/2009/06 (acedido a 29.10.2011)

domingo, 23 de outubro de 2011

Twitter III – Primeiros passos… (Semana 3)


Ao longo da terceira e última semana de trabalho debrucei-me sobre o Klout (uma ferramenta igualmente nova para mim). Mas com persistência tenho avançado.  

Nos outros dias tenho experimentado as potencialidades do twitter e as ligações com  o LinkedIn. (Até já faço convites para se associarem ao LinkedIn). Isto promete…

Ainda não tive muita oportunidade de explorar o Google Reader, mas acho que nos próximos dias vou ter essa oportunidade. E continuei a “twittar” ao longo da semana.

Na sexta-feira passada assisti à conferência MyMpel2011, via online.

Twitter II – Primeiros passos… (Semana 2)

Ao longo da segunda e terceira semana dei continuidade ao trabalho já iniciado na primeira semana, uma vez foram grandes as dificuldades na utilização do twitter, numa fase inicial. Estes foram dias de partilha e exploração e procurei seguir os conselhos do professor. Colocar as mãos nas teclas e twittar. Procedi a algumas alterações no perfil pessoal, nomeadamente a colocação da fotografia e algumas breves informações sobre a minha pessoa. Pesquisei sobre formas de publicação no Twitter e procurei outras potencialidades de utilização do twitter. Fiu igualmente “twittando” algumas dúvidas.

Twitter I – Primeiros passos… (Semana 1)


Embora com algum atraso, dou por mim ao fim de três semanas a reflectir sobre o twitter. São ainda primeiras impressões sobre as suas potencialidades e valências. A análise das funcionalidades básicas do Twitter prolongaram-se para além da primeira semana. Tenho tido oportunidade de após os receios iniciais, entrar mais a sério na utilização desta ferramenta.


Recorri à bibliografia dispensada pelo professor, e após algumas dúvidas iniciais comecei a “twittar”. Criei a minha conta no twitter estou a seguir outras pessoas não só deste mestrado, mas outras pessoas ligadas ao e-learning e esta temática. Não têm sido dias fáceis, mas tudo o que é novo e desconhecido tem destas coisas. Mas vale a pena e já estou a perceber algumas das suas funcionalidades.

Contributos para o entendimento do E-learning II

Techonology sets the beat and creates the music, while the pedagogy defines the moves.”

Anderson, 2009
Para inúmeros autores, como é o caso de Garrison (1985) e Nipper (1989), a Educação à Distância (EaD como hoje é amplamente conhecida), conheceu diferentes fases ao longo da História. Anderson e Dron (2011), referem na International Review of Research in Open and Distance Learning a este propósito e referindo os autores que, são três as gerações pelas quais foi emergindo o EaD. Assim, na sua opinião, a primeira geração corresponde à comunicação por correspondência postal. A geração que se lhe seguiu foi a comunicação através dos meios de comunicação de massas (televisão, rádio, cinema). Uma terceira e última geração que introduz as tecnologias interativas (áudio, texto, vídeo, web) e que hoje são potenciadas com a introdução de novos conteúdos e ferramentas para os utiliadores.

Simultanemente os autores do estudo Three Generations of Distance Education Pedagogy, fazem uma abordagem de três gerações diferentes ao nível da pedagogia e clarificam a ideia de que as três gerações coexistem na atualidade sem que cada uma delas tenha anulado por completo a anterior.

PEDAGOGIA COGNITIVA E BEHAVIORISTA
Watson, Thordike e Skinner são o rosto evidente da Pedagogia Cognitiva e Behaviorista que coloca o centro da aprendizagem no individuo salientando na aprendizagem e no processo de ensino e que podemos resumir no esquema apresentado a seguir:
                                        
Este processo era, portanto, um processo de aprendizagem individual em que prevalecia o isolamento e em que era inexistente o contacto social, característica noutra fase seguinte. Embora permitisse maior liberdade por parte do aluno, o papel do professor era também limitado na medida em que apenas poderia utilizar a mensagem escrita. No entanto, rapidamente se começaram a observar as limitações deste modelo, uma vez que cada um de nós não está sozinho, transporta consigo aprendizagens, valores e conhecimentos que lhe dão identidade, mas ao mesmo tempo, o tornam pertença de uma comunidade.

PEDAGOGIA SOCIAL CONSTRUTIVISTA

Vygotsky e Dewey foram os principais impulsionadores desta pedagogia. O professor é o mediador de uma aprendizagem que se pretende construída pelo aprendente. Ele é o guia do processo que é desenvolvido pelo aluno. Em paralelo esta pedagogia foi reforçada pelo alargamento da tecnologia e expansão da Web. No entanto, ao contrário do modelo anterior, a interação social é uma caraterística que o define. Esta opinião é corroborada por Kanuka e Anderson (1999).

PEDAGOGIA CONECTIVISTA
Siemens e Downes definiram esta terceira pedagogia como “learning is the process of building networks of information, contacts, and resources that are aplied to real problems.”
É por isso que se considera que o papel do aprendente (learner) é o de memorizar ou compreender tudo, mas ter a capacidade de procurar e aplicar conhecimento quando for necessário. Em sentido mais amplo podemos afirmar que para estes autores e seguidores, o conhecimento e aprendizagem emergem pela construção e manutenção das ligações em rede.

Segundo Anderson e Dron os conceitos de tecnologia e pedagogia estão interligados. Analisam as três teorias de acordo com três contextos: Presença cognitiva, Presença social e Presença de ensino.

No entanto, Siemens acrescenta ainda que estas pedagogias se desenvolveram quando as tecnologias não estavam ainda desenvolvidas. É por isso que Siemens entende ainda que a forma como entendemos o conhecimento varia ao longo dos tempos e de acordo com cada uma das pedagogias anteriormente apresentadas. Ao contrário dos behavioristas e dos cognitivistas, os construtivistas entendem que o aprendente constrói o seu próprio conhecimento e ao contrário do anteriores, perseguem a sua aprendizagem.
Siemens sugere ainda uma teoria de alternativa (conectivista) capaz de agregar conhecimento e tecnologia. Esta última, emergente na era digital, é capaz de libertar o aprendente para uma aprendizagem criativa e que se desenvolve ao longo da vida.
A complementar esta informação, Mayes and de Freitas (2004), citados por Conole, agruparam as teorias de aprendizagem em três grupos: associativa, cognitiva e situativa. 
Na minha opinião o e-learning, atualmente pode e deve ser conciliador das teorias apresentadas pelos diferentes autores. É igualmente consensual que um paradigma comum percorre qualquer uma das teorias e os intervenientes são comuns, pese embora o papel de cada um na construção do conhecimento ser diferenciado. Certo é que, a aprendizagem é à data, sinónimo de interação social e por isso a teoria alternativa proposta por Siemens parece-me que melhor ilustra a nossa era.

Bibliografia
Anderson, Terry & Dron, Jon (2011). Three generations of distance education pedagogy. IRRODL.
http://www.irrodl.org/index.php/irrodl/article/view/890.

Anderson, Terry (2010). Three Generations of Distance Education Pedagogy. IRRODL. [Elluminate Recording, Powerpoint Presentation & MP3 Recording].
http://www.irrodl.org/index.php/irrodl/article/viewArticle/865/1551.

Connole, Grainne (2011). Review of Pedagogical Models And Their Use In Elearning.
http://www.slideshare.net/grainne/pedagogical-models-and-their-use-in-elearning-20100304.

Lévy, P. (1999). Cibercultura, Instituto Piaget.


Siemens, George (12-12-2004). Connectivism: A Learning Theory for the Digital Age. elearnspace.

http://www.elearnspace.org/Articles/connectivism.htm.